Por Antônio
Padilha de Carvalho
Em nosso país não existe
cidadania nenhuma. Cidadania é visível, vivida, palpável, sentida. Cidadania
não é coisa impressa no papel. Papel aceita tudo! A cidadania nacional é de
papel. É só balela!
O melhor e mais confiável
indicador do desenvolvimento de um país é o tipo de tratamento que se dá a sua
infância e juventude. Os delinqüentes de hoje são
aquelas crianças maltratadas de ontem. A nossa sociedade simplesmente colhe o
que plantou.
A máquina estatal corrupta com os seus três poderes, apenas buscam a cada dia
locupletarem-se cada vez mais. Banana pro povo! Eles que se arrebentem!
Governadores larápios, senadores corruptos, deputados vendilhões, prefeitos e
vereadores salteadores da coisa pública, magistrados mercenários. Corja do
poder. Corja no poder.
Todos brasileiros precisam abrir seus olhos para enxergar
que, nesse sistema de politicagem suja, cada partido político com os seus
representantes visam o poder pelo poder, não existindo compromisso nenhum com a
sociedade.
Esses discursinhos de solidariedade, cidadania, ética e tantas outras palavras
bonitas, esvaem-se, por não ter presente a honestidade e hombridade, o respeito
ao próximo.
Quem está por cima é insensato, participa do
domínio e da exploração daqueles que estão por baixo. Ninguém deseja ser homem
público para ajudar a sociedade, empenhar para tirar a nação de suas
dificuldades, trabalhar para o bem estar social, mas, verdadeiramente opta por
criar políticas de grupo, procurando dessa forma obter proveitos e vantagens
particulares.
A Nação Brasileira está cansada
de tantas aberrações e absurdos. São mentiras, manobras e jeitinhos criminosos
e desonestos pra tudo!
Com conhecimento de causa, bem
afirmou o estudioso Ênio Resende: “Acostumados e desencantados com a
eternização de um comportamento político de baixo nível, com governos
incompetentes, com corrupções impunes em todos os setores, com a progressiva
decadência das instituições, com a deteriorização dos costumes, inclusive com a
conivência ou colaboração da mídia que disputa audiência por meio de
programas deseducativos e apelativos, os brasileiros foram se deixando dominar
pelo mal do conformismo. Atitude comparável à de um doente que vê seu organismo
se definhando, mas não se dispõe a reagir. Falta-lhe a descoberta de que o
remédio está dentro de si mesmo: a consciência da cidadania, que precisa apenas
ser estimulada. No caso, contribui para a cultura do conformismo a
crença de grande parte da população em obra do destino ou desígnios de
Deus, quando, na verdade, a obra é dos homens desprovidos de boa vontade e de
caráter aqui na terra mesmo. Essa postura debilita ainda mais o já fraco
espírito de cidadania, É preocupante ver como tem aumentado a freqüência de
expressões do tipo: “o que fazer?”, “se Deus quer assim...”, “deixa pra lá”,
“tudo bem”.
O conformismo, a acomodação e a apatia da população
chegaram a essa condição doentia porque ela não vê sinais adequados e
suficientes de reações e mudanças por parte das lideranças e organizações
políticas e civis da sociedade, exceção feita a isoladas e acanhadas
iniciativas. Mesmo
entidades como sindicatos, com seus movimentos de protestos e reivindicações,
não conseguem esconder, em muitos casos, objetivos oportunistas e
interesseiros. Fazendo aumentar mais ainda o descrédito do povo.”
O Povo Brasileiro precisa acordar e fazer a sua
história. Essa tarefa de construção de uma nova sociedade passa necessariamente
pelo imediato despertar do sono profundo, da saída do “deitado eternamente em
berço esplêndido” para um sentimento de verdadeira propriedade do país.
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