terça-feira, 5 de junho de 2012

Cidadania de Papel


 Por Antônio Padilha de Carvalho
Em nosso país não existe cidadania nenhuma. Cidadania é visível, vivida, palpável, sentida. Cidadania não é coisa impressa no papel. Papel aceita tudo! A cidadania nacional é de papel. É só balela!
O melhor e mais confiável indicador do desenvolvimento de um país é o tipo de tratamento que se dá a sua infância e juventude. Os delinqüentes de hoje são aquelas crianças maltratadas de ontem. A nossa sociedade simplesmente colhe o que plantou.
         A máquina estatal corrupta com os seus três poderes, apenas buscam a cada dia locupletarem-se cada vez mais. Banana pro povo! Eles que se arrebentem! Governadores larápios, senadores corruptos, deputados vendilhões, prefeitos e vereadores salteadores da coisa pública, magistrados mercenários. Corja do poder. Corja no poder.
         Todos brasileiros precisam abrir seus olhos para enxergar que, nesse sistema de politicagem suja, cada partido político com os seus representantes visam o poder pelo poder, não existindo compromisso nenhum com a sociedade.
         Esses discursinhos de solidariedade, cidadania, ética e tantas outras palavras bonitas, esvaem-se, por não ter presente a honestidade e hombridade, o respeito ao próximo.
Quem está por cima é insensato, participa do domínio e da exploração daqueles que estão por baixo. Ninguém deseja ser homem público para ajudar a sociedade, empenhar para tirar a nação de suas dificuldades, trabalhar para o bem estar social, mas, verdadeiramente opta por criar políticas de grupo, procurando dessa forma obter proveitos e vantagens particulares.
A Nação Brasileira está cansada de tantas aberrações e absurdos. São mentiras, manobras e jeitinhos criminosos e desonestos pra tudo!
Com conhecimento de causa, bem afirmou o estudioso Ênio Resende: “Acostumados e desencantados com a eternização de um comportamento político de baixo nível, com governos incompetentes, com corrupções impunes em todos os setores, com a progressiva decadência das instituições, com a deteriorização dos costumes, inclusive com a conivência ou  colaboração da mídia que disputa audiência por meio de programas deseducativos e apelativos, os brasileiros foram se deixando dominar pelo mal do conformismo. Atitude comparável à de um doente que vê seu organismo se definhando, mas não se dispõe a reagir. Falta-lhe a descoberta de que o remédio está dentro de si mesmo: a consciência da cidadania, que precisa apenas ser estimulada. No caso, contribui para a cultura do conformismo a crença de grande parte da população em obra do destino ou desígnios  de Deus, quando, na verdade, a obra é dos homens desprovidos de boa vontade e de caráter aqui na terra mesmo. Essa postura debilita ainda mais o já fraco espírito de cidadania, É preocupante ver como tem aumentado a freqüência de expressões do tipo: “o que fazer?”, “se Deus quer assim...”, “deixa pra lá”, “tudo bem”.
O conformismo, a acomodação e a apatia da população chegaram a essa condição doentia porque ela não vê sinais adequados e suficientes de reações e mudanças por parte das lideranças e organizações políticas e civis da sociedade, exceção feita a isoladas e acanhadas iniciativas. Mesmo entidades como sindicatos, com seus movimentos de protestos e reivindicações, não conseguem esconder, em muitos casos, objetivos oportunistas e interesseiros. Fazendo aumentar mais ainda o descrédito do povo.”
O Povo Brasileiro precisa acordar e fazer a sua história. Essa tarefa de construção de uma nova sociedade passa necessariamente pelo imediato despertar do sono profundo, da saída do “deitado eternamente em berço esplêndido” para um sentimento de verdadeira propriedade do país.
Antônio Padilha de Carvalho é professor, escritor, Geógrafo, pós graduado em filosofia e educação.Presidente do IMPDrog – Instituto Mato-grossense de Prevenção às Drogas.

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