quarta-feira, 20 de julho de 2011

MAO TSÉ-TUNG, LÍDER COMUNISTA


Mao Tsé-Tung, líder comunista revolucionário, liderou a República Popular da China de 1949, ano em que foi criada, até 1976, quando morreu.
Estranhamente, quem analisou esses últimos itens foi outra escola, chamada de Fajia, ou legista, que defendia uma centralização do poder nas mãos de um príncipe único, circundado de funcionários públicos e regido por uma lei draconiana (em chinês, Fa). Mao Tsé-Tung gostava de citar as análises dos autores legistas, como Shang Yang e Hanfeizi, sendo o primeiro uma das mais importantes influências na mentalidade comunista de Mao, devido aos seus textos sobre economia e agricultura. Se os legistas não propunham um regime igualitário, eles defendiam uma lei única, um estado pesado e burocrático, cujo acesso - livre para todas as classes - permitia certa mobilidade social, e um estado de eterna vigilância e convocação pública, algo muito parecido com o que se deu nos regimes socialistas.
Contudo, as escolas mais famosas da história chinesa foram o confucionismo e o daoísmo. A primeira, fundada pelo famoso mestre Confúcio, pregava que a solução dos problemas sociais baseava-se num vasto e profundo plano educacional, enquanto os daoístas propunham uma espécie de abandono da sociedade, calcados num desprendimento das coisas materiais.
O sucesso do confucionismo como doutrina oficial do império e do daoísmo como religião não apagaram de todo, porém, a existência das outras linhas de pensamento. A durabilidade destas propostas é um fenômeno desconhecido no Ocidente e nos permite realizar um grande salto histórico que nos coloca diante do momento de seu encontro com o marxismo.
Como sabemos, na China o pensamento antigo continua vivo, influenciando e servindo de referência para as noções atuais. Na época em que se deram as grandes convulsões sociais chinesas, na passagem do século XIX para o XX, essas teorias antigas estavam bastante vivas na memória chinesa e a necessidade de importar respostas do Ocidente não as excluía, de modo automático, dos padrões de raciocínio desta civilização.
Em 1911, quando a República chinesa é proclamada, ela nasce sob o signo de uma tensão clara: a disputa entre comunistas e capitalistas pelo poder. Sun Yatsen, o grande mentor desta revolução política na China, era ele mesmo uma mescla de confucionista, socialista utópico e republicano americano. Em sua indecisão premente, deu vazão ao con ito que lançaria essa jovem república a uma ditadura, promovida por seu pupilo Chiang Kai-Shek, um perseguidor implacável dos comunistas - vale notar que Chiang teve sua formação militar na Rússia e aparentemente se colocava como um "socialista" no início de sua carreira política. Em 1927, no entanto, Chiang realiza o massacre de Xangai, quando destroça quase inteiramente o partido comunista chinês, lança-o na clandestinidade e encerra as possibilidades de diálogo e de liberdade política. Chiang assume uma total defesa do capitalismo e chega mesmo a estabelecer alianças com países nazifascistas. Seu grande erro foi permitir, por acidente, que o jovem Mao Zedong saísse vivo.

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