Freud classifica vários tipos e graus de ciúme. O primeiro seria o ciúme devido à concorrência com o rival, que inclui uma ferida narcísica. Esse tipo se deve mais a uma questão de narcisismo, de se perder o ser amado, e de uma competição pessoal com o outro – de modo que, num aspecto ou no outro, o que está em questão é mais o amor próprio do que o amor ao outro, explica André Martins, filósofo e psicanalista, doutor em Filosofia e em teoria Psicanalítica e professor associado da UFRJ, onde coordena o Grupo de Pesquisas spinoza & Nietzsche.
O segundo tipo seria o ciúme originado da projeção no outro de seus próprios desejos de infidelidade, realizados ou não. Algo como: se desejamos ter outras relações, supomos, inconscientemente, por uma projeção paranóide, que o outro deseja o mesmo. Já o terceiro tipo, que Freud considera delirante, descreve Martins, teria como origem uma homossexualidade negada, como uma forma de se dizer, inconscientemente, que não é ele que ama o rival, mas ela.
“O que Freud diz do ciúme, assim como o que espinosa diz, constituem abordagens preciosas, embora breves, da questão que, certamente, merece uma reflexão maior. Afinal, é um incômodo afeto que causa muito mal a todos nós em qualquer cultura e época da história”, diz o filósofo e psicanalista.
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