terça-feira, 15 de maio de 2012

Epicuro - Carta à felicidade - PARTE I


Epicuro nasceu em 341 a.C., na ilha grega de Samos, mas sempre ostentou a cidadania ateniense herdada pelo pai emigrante. Em Samos, ele passou a infância e a juventude, iniciando seus estudos de filosofia com o acadêmico Plânfilo, filósofo platônico cujas lições seguiu dos 14 ao 18 anos. Ao atingir essa idade Epicuro transfere-se para Atenas para cumprir os dois anos obrigatórios do treinamento militar destinado aos febos. Em 306 a.C. ele adquire uma ampla casa com um amplo jardim onde abriu sua famosa escola em Atenas, logo conhecida como "O Jardim de Epicuro" Epicuro faleceu em 270 a.C., aos setenta e dois anos de idade, e foi seu fiel discípulo Hemarco quem o sucedeu na direção da escola.
 A carta a Meneceu, de Epicuro, é mais conhecida como Carta sobre a felicidade tendo em vista atingir a tão almejada "saúde do Espirito". Tem como meta atingir a felicidade do homem, a começar pela crença na existência dos deuses, considerados imortais e bem aventurados. Em outro tópico é apresentada a morte, como o mais aterrador dos males. Para Epicuro vencer o medo da morte é necessário, pois o importante é a qualidade de vida e não a duração. Já o desejo é acompanhado das grandes necessidades, do cuidado do corpo e da tranqüilidade do espirito. O prazer como bem principal é inato, não é algo que deva ser buscado a todo custo. E finalmente o homem sábio jamais deve acreditar cegamente no destino e na sorte como se estes fossem fatalidades inexoráveis e sem esperança, despontando aqui a sua crença na vontade e na liberdade do homem. Carta sobre a felicidade é útil a todos não importando a idade, seja para o jovem ou para o velho. "que ninguém hesite em se dedicar à filosofia enquanto jovem, nem se canse de fazê-lo depois de velho, por ninguém jamais é demasiado jovem ou demasiado velho para alcançar a saúde do espírito. (Epicuro, carta sobre a felicidade, pág.21).
A filosofia nos traz ao envelhecer a recordação das coisas que já se foram e enquanto jovem as coisa que virão. É necessário cuidar das coisas que trazem a felicidade, Epicuro dar seus ensinamentos e diz: "pratica e cultiva os ensinamentos que sempre vos transmiti, na certeza de que eles constituem os elementos fundamentais para uma vida feliz." (Epicuro, carta sobre a felicidade, pág.23). Epicuro traz em primeiro lugar a sua consideração as divindades como um ente imortal não podendo contribuir a ela nada que seja incompatível com sua imortalidade. Os deuses de fato existem e é evidente o conhecimento que temos deles. Surge então a crença que os deuses trazem malefícios, quando o ímpio atribui aos deuses os falsos juízos. Daí a crença de que os deuses causam os maiores malefícios aos maus e maiores benefícios aos bons. Epicuro também nos traz a idéia de que a morte para nós não é nada. "A morte para nós não é nada, visto que todo bem e todo mal residem nas sensações, e a morte é justamente a privação das sensações." (Epicuro, Carta sobre a felicidade, pág.27).Aquele que não tem medo de morrer, está convencido que não há nada de terrível em deixar de viver, por isso Epicuro diz que a morte é chegada pois aflige a própria espera, e aquele que está preparado para receber não fica afligido pois não tem o medo da morte, visando ele a imortalidade do espirito."3

 Bibliografia Epicuro. Carta sobre a felicidade: (a Meneceu) / Epicuro: tradução e apresentação de Álvaro Lorencine e Enzo Del Carrote.   São Paulo: Editora Unesp, 2002.

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