quinta-feira, 24 de maio de 2012

Nada além do tempo


Em sua plena medida, ou passagem (do tempo presente), não temos a real percepção da sua existência. Mas, por fatores egoístas, estamos sempre em busca de sua essência, tentando anular seu efeito diante da fragilidade que é a existência (tempo perdido). Como remédio ou mecanismos de percepção do tempo, recorremos ao ócio conciliador, purgante para todos os males.
Não ter o tempo sob controle, anula todas as nossas perspectivas de soberania do Ser, e daí surge o não-ser, como fator de causa final de um tempo perdido. Seres fracos e deprimidos, obsessivos, é uma estranheza só, o ego está em declínio e anuncia a morte do homem, o homem está desamparado e solitário na multidão, andarilho do vai e volta. O poder agora é obsessão, e a loucura é a cura para a sua falsa moral, estampada como verdade absoluta.
Um homem que tem a sua alma ativamente desesperada sabe que é questão de tempo se apegar às metáforas convencionais e viver iludido, para designar uma falsa sensação de domínio sobre a vida. Uma espécie de varinha mágica, que controla tudo e todos, mantendo uma esperança no infinito. Este mesmo homem tem como inimigo o tempo, que trás a luz do conhecimento a sua verdade e mostra a sua fraqueza e seus medos.
Fugir do tempo e criar ilusões é típico da mesmice iludido pelo amanhã da mesmice e pela falsa dimensão das almas sem corpos e pela inércia do próprio corpo, que não tem valor algum para o homem.

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