Desde os mais remotos tempos, observamos que o homem
é um produto casual da evolução, mostrando em primeiro plano que a morte, a
doença (que são imperfeições da natureza) necessariamente existiam antes do
homem, não podendo, portanto, ser conseqüências do pecado (original) que o
homem viria "possivelmente" cometer (o efeito não existe antes da
causa). Nega também a existência de um Ser Superior Absoluto e Perfeito (Deus),
pois a morte e todas as outras desgraças, sendo imperfeições, não poderiam,
metafisicamente falando, proceder de um ente em tudo perfeito (também não
procedem do homem, direta ou indiretamente, porque já existiam muito antes
dele).
Diante do exposto acima, devemos questionar sobre os
males que assolam o mundo e, por qual motivo habitam neste mesmo mundo homens
tão maus, mesquinhos e egoístas, e assim, podemos corroborar com Hobbes quando
diz que "O homem é o lobo do homem".
A vida é um jogo - uns ganham e outros perdem -,
atropelando-se para ver quem sobe mais rapidamente os degraus da
"vitória". Julgando para não serem julgados, pois, como já dizia
Sócrates, "A desgraça do ignorante consiste em julgar, não sendo ele nem
distinto nem inteligente, que o é o quanto lhe basta; ora, quem não se vê
carecido de alguma coisa, não aspira àquilo que não imagina lhe esteja
faltando".
"Será vantagem, ou desvantagem, para nós, o
fato de termos à nossa frente várias alternativas entre as quais podemos
escolher livremente, mas entre as quais temos de escolher?"¹. Precisamos
sim, sermos livres para pensarmos livremente e encontrarmos o que nos está
faltando, encontrarmos com alacridade e com fervoroso afã a nossa outra metade,
a metade do nosso eu interior, do nosso ser mais puro e perfeito, sem nos
aforçurarmos, pois, do contrário, cairemos na armadilha criada por nós mesmos:
a mesquinhez, e assim, não conseguiremos sair da eterna condição de bandalhos.
Se quisermos que a sociedade mude, devemos
conscientizá-la e mostrar as nossas propostas, mostrar os nossos pensamentos;
livres pensadores livres, não somente para pensar, mas para pensar
livremente... Fazer com que todos saibam que somos muito mais do que simples e
livres pensadores sem nada na cabeça, que temos muito conhecimento e que
podemos ter uma sociedade de cor, raça, sexo, religião e condição financeira.
Não podemos apenas virar as costas para a política e ficar criticando o
sistema, mas sim, dar a nossa opinião, procurar saber quem talvez mereça a
nossa confiança, e depois cobrar essa confiança dele ou deles.
Em qualquer lugar, onde desejarmos que algo mude,
faz-se mister a nossa opinião: seja em casa, no trabalho, na universidade ou
simplesmente entre os amigos, ou então, aceitarmos tudo de boca fechada para
depois sairmos por aí falando mal pelas costas. Sabemos que ninguém gosta de
ficar sabendo que andaram falando mal pelas costas, então, não devemos fazer
isso com a política, e sim, lutarmos pelos nossos direitos, fazer com que todos
tenham não apenas o direito de votar, mas também o direito de cobrar o direito
à saúde, educação, segurança, emprego e todos os outros direitos que temos e
que nunca tivemos a coragem de cobrá-los. Um pássaro não consegue voar antes
que suas asas se encham de penas, e as nossas asas ainda não têm penas
suficiente para podermos nos libertar deste sistema que nos sufoca cada vez
mais.
Destarte, acredito que a humanidade, em geral, ainda
não está preparada para ser livre, pois ainda existe muita inveja, muito
egoísmo, muita ambição e muita falta de sinceridade, o dinheiro nos fez
escravos dele e enquanto não conseguirmos nos conscientizar que o dinheiro não
é tudo e que existe muita coisa mais valiosa que esse simples pedaço de papel,
seremos apenas um pássaro com asas, mas sem penas.
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