Ora, se todo conhecimento começa pela experiência sensitiva, e, se ao nascermos
não temos, evidentemente, nenhuma experiência, então nascemos sem nenhum
conhecimento. Porém, se nascemos com os sentidos, e, se o conhecimento nasce
nos sentidos, então nascemos com a capacidade de, através do exercício dos sentidos,
adquirirmos conhecimento. Porém, o conhecimento humano não pára no sensitivo,
pois somos dotados de uma faculdade intelectiva, capaz de abstrair as espécies,
não só da matéria, mas das singularidades materiais, conseguindo assim chegar à
qüididade, ao universal do objeto28. Daí que, para Tomás, o objeto próprio do
nosso intelecto é a qüididade ou natureza que existe em meio à matéria
corporal29. O Doutor Comum distingue duas funções do nosso intelecto, e, para tanto,
concebe dois nomes que significam as funções: de intelecto agente o Santo Doutor
chama aquele que abstrai da imaginação as qualidades inteligíveis do objeto e
de intelecto possível àquele que reúne essas qualidades inteligíveis gerando
assim o conceito, ou, espécie expressa inteligível. Para o Angélico, não
conhecemos — primeiramente — o conceito, mas no conceito conhecemos a realidade,
o objeto. Portanto, o conceito é o meio no qual conhecemos o objeto, pois o
conhecimento do conceito só ocorre por reflexão sobre o próprio ato cognitivo.
Fonte: UNIVERSIDADE
FEDERAL DE MATO GROSSO-UFMT
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS-ICHS
DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA
TEMA: As Provas da Existência de Deus em Tomás de Aquino
ALUNO - Sávio Laet
de Barros Campos
Ano da defesa - Cuiabá, 2005.
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