civilização é toda uma comunidade
que ao longo do tempo se difere da vida dos animais irracionais, onde a cultura
é equivalente à civilização e dentro da civilização o homem sente a necessidade
de viver em contato com o outro, estabelecendo um convívio social mútuo.
Na obra "futuro de uma
ilusão" Freud defende o uso dos instrumentos humanos (racionalidade) como
forma de construção de toda a sociedade. Colocando a religião em choque com o
uso dos instintos, afirmando que as religiões como ordenadora da civilização é
uma ilusão, onde o homem renuncia ao seu ser instintivo, fazendo com que toda a
civilização caminhe sobre regras e dogmas ilusórios que impedem o homem de ser
feliz.
As religiões impõem dogmas,
regras infundáveis que reprimem o prazer na realização plena do homem em busca
da felicidade, oferecendo uma recompensa metafísica, impedindo o homem de ter
acesso à felicidade, frustrando o homem. As frustrações levam o homem a criar
dentro de si à neurose, um sentimento de falta. Ai a necessidade do homem se
libertar do sentimento da falta, privação que é imposta pelas religiões.
O homem só se realiza quando está
livre das privações, tentando ele o homem preencher esse espaço vazio ele vai
buscar na arte a sua forma de manifestação individual ou coletiva. A arte é o
reflexo dos seus anseios, aflições, o medo do real que existe dentro de cada
um, sendo a manifestação do subconsciente.
A religião é uma criação do homem
numa tentativa de justificar alguma coisa ou um vazio dentro de si como a falta
de conhecimento. Para Freud a ciência poderia muito bem justificar as ilusões,
os vazios, porque ela não é uma ilusão. Para Freud, em nossa civilização, as
relações são perturbadas por ilusões e uma vez despertada nossa suspeita, nós
afirmaremos também nossa convicção de podemos aprender algo sobre a realidade
externa pelo emprego da observação e do trabalho cientifico. A falsa ilusão
criada pela religião de que tudo está bem é uma mera criação do homem na
tentativa de justificar o que ele não conhece.
O homem só será feliz quando se
libertar das privações, pois, ao privar o homem de sua felicidade as religiões
tentam exterminar com a humanidade, através do estabelecimento da renuncia
tanto pessoal quanto coletiva dos instintos. Porque a única força que pode
suprimir nossos instintos e pode regular nossas funções é a natureza.
Passando a religião a ser definida como uma neurose
obsessiva universal da humanidade, porque o homem para ser bom e feliz não
precisa e nem depende da religião, mas precisa de racionalismo, conhecimento de
si, conhecimento do seu meio físico.
Freud defronta-se com uma civilização ocidental
confusa que cria ilusões de um futuro que não existe, afirmando que a ilusão
não é a melhor forma de enfrentar o futuro e nem de forjá-lo.
As crenças religiosas têm suas origens em fantasias
e ilusões que podem ser responsáveis pelo desenvolvimento de psicoses. O
significado das ilusões de uma cultura é que a ausência de provas confiáveis
causa problema psicológico.
As idéias religiosas passam naturalmente por um
longo processo de desenvolvimento, e diversas civilizações a ela aderiram em
diversas fazes de sua historia. O processo religioso iniciou-se com o mito
primitivo, passando pelos deuses antigos até se estabelecer nos modos atuais
"Deus-pai", protetor dos fracos, oprimidos e etc...
Para os religiosos as idéias religiosas, falando
num sentido mais amplo da palavra, são preservadas como algo que detivesse o
maior valor para a humanidade, como se fosse a única e maior coisa de mais alto
gral de valor que a mesma tivesse a oferecer.
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